quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

Tragédia Familiar: Polícia Civil Investiga Homicídio de Homem de 40 anos em Campina da Lagoa

A Polícia Civil do Paraná (PCPR), através da Delegacia de Campina da Lagoa, deu início às investigações sobre um homicídio ocorrido na madrugada desta quarta-feira (17). O crime aconteceu em uma propriedade rural localizada na Estrada Velha para Campina e vitimou um homem de 40 anos.

O Crime e a Apreensão de Armas

A vítima foi atingida por um disparo de arma de fogo na região do tórax. No local do crime, as equipes policiais apreenderam duas armas de fogo de fabricação artesanal e diversas munições de calibre .22. O principal suspeito do disparo é o filho da vítima, um jovem de 19 anos, que se evadiu do local logo após o ocorrido.

Conflito de Versões: Legítima Defesa em Análise

Testemunhas relataram que o crime teria sido motivado por uma suposta agressão da vítima contra sua esposa (mãe do suspeito) momentos antes do disparo. No entanto, a Polícia Civil destaca pontos importantes que devem ser analisados no inquérito:

  • Histórico do Casal: Os pais do investigado estavam casados há mais de 20 anos e, segundo os registros, não havia nenhum histórico de violência doméstica, boletins de ocorrência ou pedidos de medidas protetivas anteriores.

  • Antecedentes do Suspeito: O jovem de 19 anos já possui antecedentes criminais, inclusive uma condenação recente por lesão corporal grave com uso de arma branca.

Decisão Judicial

O investigado apresentou-se à delegacia na manhã de quarta-feira, acompanhado por um advogado. A Delegada de Polícia representou pela prisão preventiva do autor, argumentando que a tese de legítima defesa precisa ser provada tecnicamente e que permitir a liberdade do investigado, dados os seus antecedentes, seria temerário.

"A sociedade não pode tolerar que cidadãos ceifem a vida de familiares sob o pretexto de justiça privada, transformando o direito à legítima defesa em um salvo-conduto", afirmou a Delegada.

Apesar do parecer favorável do Ministério Público para a prisão, a Justiça indeferiu o pedido de prisão preventiva. Foram fixadas, no entanto, medidas cautelares alternativas:

  1. Apresentação periódica no fórum para justificar atividades;

  2. Proibição de ausentar-se da Comarca.

Orientações da Polícia

A Polícia Civil ressalta que atos de violência extrema não podem ser usados como resolução de conflitos familiares. A instituição reforça a importância de utilizar os canais oficiais para denúncias de violência doméstica, como o registro de boletins de ocorrência e a solicitação de medidas protetivas, evitando que situações cheguem a desfechos trágicos.

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