MP Denuncia Agressor de Motorista em Campo Mourão: Histórico Criminal Revela Padrão de Violência Recorrente

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) apresentou denúncia formal contra Gustavo Pereira de Oliveira, de 27 anos, identificado como o autor do espancamento de um motorista no centro de Campo Mourão, fato ocorrido no dia 9 de agosto de 2025.

O caso, que gerou grande revolta na população após a circulação de vídeos da agressão, ganha agora novos contornos com a revelação de uma extensa ficha criminal do acusado.

A denúncia, assinada pelo promotor Noboru Fukace, detalha que o crime foi motivado por um conflito banal de trânsito classificado juridicamente como motivo fútil. Segundo o documento, Gustavo desceu de seu veículo, um GM Astra preto, e atacou a vítima, Franquelin Domingos da Silva, que tentava estacionar. Sem chance de defesa, o motorista foi alvo de socos e chutes violentos.

Lesões Graves e Permanentes

O laudo médico pericial, peça chave no inquérito, confirmou a brutalidade do ataque. A vítima sofreu equimose periorbital bilateral, cicatriz na pálpebra e contusão no globo ocular. O documento atesta que Franquelin ficou com debilidade permanente de sentido, apresentando queixas persistentes de fotopsia (alterações visuais).

Diante disso, o MP enquadrou o caso como lesão corporal de natureza grave (Art. 129, §1º, III, do Código Penal).

Fuga Perigosa e Direção Imprudente

Além da agressão física, a denúncia destaca a conduta de Gustavo logo após o crime. O acusado arrancou com o veículo em altíssima velocidade em uma área de grande circulação de pedestres, colocando diversas vidas em risco. Por essa atitude, ele também responderá por direção perigosa (Art. 311 do Código de Trânsito Brasileiro).

"Não sei mais o que fazer": Histórico de Violência

A investigação trouxe à tona um padrão de comportamento violento por parte do acusado. Áudios atribuídos à mãe de Gustavo circularam em grupos de mensagens, onde ela relata não conseguir mais controlar o filho, citando "várias passagens por agressão".

A ficha criminal anexada ao processo corrobora o relato familiar. Gustavo acumula registros policiais e judiciais que demonstram reincidência e desprezo pela lei:

• 2021: Registro por lesão corporal (com extinção da punibilidade).

• 2024: Transação penal por lesão corporal.

• 2024/2025: Processo suspenso condicionalmente envolvendo lesão corporal, injúria e dano.

• 2025: Nova denúncia em Ubiratã por lesão corporal e ameaça.

• Violência Doméstica: Há relatos de agressões dentro do núcleo familiar, inclusive contra o próprio pai.

As Acusações e Próximos Passos

Devido à gravidade dos fatos e à reincidência do acusado, o Ministério Público não ofereceu acordo ou transação penal. Gustavo Pereira de Oliveira responderá pelos crimes de:

1. Lesão Corporal Grave;

2. Motivo Fútil;

3. Direção Perigosa.

As penas, se somadas (concurso material), podem resultar em condenação severa. O MP também solicitou a fixação de um valor mínimo de R$ 1.518,00 para reparação dos danos causados à vítima.

Com o recebimento da denúncia pela Justiça, o acusado será citado e terá 10 dias para apresentar sua defesa. O processo seguirá para a fase de instrução, com a oitiva de testemunhas, podendo levar o réu a julgamento e condenação.

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