Com a explosão de casos de coronavírus (Covid-19) em Campo Mourão e região, a 11ª
Regional de Saúde está em alerta máximo contra a doença. Segundo o chefe da
Regional, Eurivelton Wagner Siqueira, a macrorregional está vivendo o pior momento de
transmissão do vírus desde o início da pandemia. “É aquilo que eu sempre vinha dizendo
desde o princípio para não haver flexibilização. Fizeram flexibilização e agora estão
pagando o preço”, disse ele, se referindo a flexibilização por municípios. O total de casos
confirmados na Comcam é 5.085, com 127 mortes.
Para se ter ideia, os números explodiram de tal maneira que em Campo Mourão, por
exemplo, 40% dos exames realizados estão testando positivo para coronavírus. Antes
disso, no auge da pandemia, entre junho e julho, o índice de testagem positiva foi 39,2%,
segundo Siqueira. “A curva que tinha reduzido porque a população estava se cuidando,
mas se intensificou agora. Isso que estamos ‘colhendo’ hoje é de Finados. O ‘resultado’
da eleição vai ser a partir da semana que vem”, prevê.
Outra preocupação é com o crescimento da taxa de ocupação de leitos que cresceu.
Além disso está havendo o agravamento de outras comorbidades de pacientes que
devido ao medo ficaram em casa sem procurar atendimento de saúde e estão chegando
em estado grave ao Sistema de Saúde para atendimento. Siqueira informou que a UTI
geral da Santa Casa está lotada e que a região está tendo que transferir pacientes. “O
problema é que não estamos encontrando vaga em nenhum ponto do Paraná”, frisou.
A Regional de Saúde encaminhou nota técnica aos municípios na tarde desta quinta
orientando para que resgatem todas as orientações de prevenção adotadas no início da
pandemia seguindo decretos governamentais com restrições como isolamento social,
monitoramento mais intenso, testagens o mais rápido possível, e detecção precoce para
isolamento de quem está contaminado.
“Lockdown como muita gente fala não é mais viável. Não existe condição. Haveria uma
‘convulsão’ social. Está todo mundo muito necessitado financeiramente. O comércio já diz
que ele não é culpado disso. Estão colocando culpa nas eleições, porque todos os
políticos liberaram porque tinham interesse nas eleições. Mas isso é uma desculpa. A
verdade é uma só. Mais uma vez nós relaxamos. Vou usar o termo ‘nós’ para não por a
culpa em ninguém”, ressaltou.
Ele disse o surto na cadeia de Campo Mourão têm de ser contido sem deixar se espalhar
para fora. “Não pode espalhar para fora. E nós o que temos que fazer aqui fora? Usar
máscara! O comerciante tem que começar a ter a guarda novamente. Vai ter que
começar a monitorar a entrada dentro de seu comércio porque vai correr o risco de ter um
surto e ter que fechar a empresa”, alertou Siqueira.
Ele afirmou que a proximidade do Natal, época em que aumentam as confraternizações,
preocupa ainda mais. “Temos conhecimento de que muitas pessoas estão com edículas
particulares alugadas para fazer reuniões. Acho que todo mundo tem que analisar isso
com muito carinho. Não vale à pena o risco. Temos que entender que a pandemia não
passou. Não tem vacina. Por mais que tentem agilizar, antes do final do ano que vem não
tem vacina suficiente para todo mundo. E qual é a vacina no Estado do Paraná?
Testagem, isolamento dos confirmados e monitoramento o mais rápido e intenso
possível. O quadro é gravíssimo. Estamos e estado de alerta intenso neste momento e
não podemos tapar o sol com a peneira não”, acrescentou.
REDAÇÃO: Walter Pereira - Tribuna do Interior
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