Assim como ocorreu em 2017, primeiro ano da atual
administração, a prefeitura de Campo Mourão decidiu que não
fará este ano a Festa Nacional do Carneiro no Buraco, prato típico
da cidade. O principal motivo para a não realização do evento,
que acontece sempre no início de julho, é a falta de recursos
financeiros.
Além disso, o secretário do Desenvolvimento Econômico de
Campo Mourão, Carlos Alberto Facco explica que há também
questões estruturais que impedem a realização do evento. “Se for
para fazer a festa a nossa comissão de licitação vai desviar o foco
da licitação do transporte coletivo e da zona azul, que está em
andamento. Ou faz uma coisa ou faz outra, mas as duas ao
mesmo tempo é impossível”, ressaltou o secretário.
Ainda segundo ele, com a troca de governo, houve mudanças nos
cargos de chefias e diretorias de empresas que patrocinavam o
evento em anos anteriores, tendo que recomeçar ‘do zero’. “No
ano passado solicitamos patrocínio a um monte de parceiros, mas neste ano mudou muito e a negociação de patrocínio teria que
começar do zero”, informou. Ele informou que algumas entidades estão se se movimentado para elaborar um projeto para a festa
captando recursos da Lei Rouanet a partir de 2020.
O secretário disse que a festa pode ser realizada caso alguma entidade assuma a responsabilidade da organização. Ele comentou
que o município é parceiro caso isso aconteça. “Olhando um todo não tem como fazermos a festa este ano. No entanto, se as
entidades se organizarem e quiserem fazer vamos ser parceiros cedendo o parque, entre outras contribuições operacionais que
possam somar”, explicou.
Facco diz entender que a festa é importante para o município, no entanto, ressaltou que a administração municipal tem outras
demandas consideradas prioritárias. “Temos muitas outras demandas mais importantes, inclusive dos servidores. Sem condição de
investimento do município não faz sentido anunciar uma festa como esta, que historicamente não dá receita. Se houvesse pelo
menos um equilíbrio”, sustentou.
Ele informou que em 2018 a festa gerou gastos de R$ 800 mil, obtendo uma receita de 500 mil, gerando um prejuízo de R$ 300 mil
ao município. “Para fazer a festa o município teria que ter entre R$ 800 a R$ 900 mil destinados exclusivamente para este fim e
ainda correr atrás da receita, que pode ser maior ou menor”, observou.
O secretário informou que a administração está desde o fim do ano passado, após prestação de contas da festa, discutindo com as
entidades um modelo que fosse viável para a realização do evento. “Alguém pode dizer que deixamos para anunciar que não vamos
fazer a festa somente agora, mas já vínhamos conversando com as entidades lá atrás e agora oficializamos os dados”, argumentou.
A oficialização da prefeitura, de que não irá realizar a festa, foi feita na semana passada, durante uma reunião de representantes
da administração com entidades locais. Facco destacou ainda a prudência da administração em não realizar o evento. “Se o
prefeito Tauillo fosse um administrador populista e inconsequente ia fazer a festa e depois ficar como ocorreu em 2016,
fornecedores sem pagamento ou dava um jeito e jogava a dívida para frente. Mas queremos fazer a coisa certa para não deixar o
‘furo’ lá na frente”, argumentou.
FONTE: Tribuna do Interior
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