12 novembro, 2018

Ney Piacentini apresentará o espetáculo teatral espelhos

O ator mourãoense radicado em São Paulo apresenta, no dia 17/11 – sábado, às 20h na Casa da Cultura, o solo teatral ESPELHOS e, na mesma noite, autografará o seu novo livro O ATOR DIALÉTICO: 20 anos de aprendizado na Companhia do Latão. No domingo, 18/11, o também professor de interpretação ministrará uma oficina gratuita para os interessados.
Através de uma iniciativa do Clube da Cultura Campo Mourão e com o apoio da Fundacam: Fundação Cultural de Campo Mourão, Ney Piacentini estará em cena na sua cidade natal - pela primeira vez em 40 anos de profissão, interpretando os contos literários homônimos O espelho, de Machado de Assis e Guimarães Rosa, trabalho que lhe rendeu a indicação ao Prêmio de Melhor Ator de 2106 pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte).


Serviço:                                                                                                                        
ESPELHOS: de Machado de Assis e Guimarães Rosa                                                        
Atuação: Ney Piacentini e direção de Vivien Buckup                                                          
Local: Casa da Cultura - Av. Comendador Norberto Marcondes, 684.                               
Horário: 20h                                                                                                                      
Ingressos: 20 inteira e 10 meia
OFICINA                                                                                                                               
Atuar de dentro para fora e de fora para dentro                                                                          Professor: Ney Piacentini                                                                                                       
Horários: dia 18/11 das 10 às 13 e das 14 às 17h                                                                 
Local: Casa da Cultura                                                                                                               
30 vagas (gratuito)                                                                                                                   
Inscrições: cat@fundacam.com.br
  Sinopses
ESPELHOS é a transcrição teatral dos contos homônimos O espelho, de Machado de Assis e Guimarães Rosa, e promove um diálogo inédito no palco entre os dois maiores escritores nacionais. Trata-se de uma investigação sobre a formação da identidade brasileira, por meio de diferentes visões: a cética de Machado e a esperançosa de Guimarães.
O livro O ATOR DIALÉTICO: 20 anos de aprendizado na Companhia do Latão (Hucitec Editora) é a publicação da tese de doutorado de Ney Piacentini na USP. Nele, o autor narra como se deu a gradativa compreensão de um modo de se atuar por meio das contradições, que tem por fim uma interpretação mais viva e humana. 
Atuar de dentro para fora ou de fora para dentro: é título da oficina que será oferecida à comunidade local, na qual serão experimentados exercícios em que os modos interiorizados e externalizados serão praticados pelos participantes (iniciantes ou iniciados). A ação teatral pode partir de motivações subjetivas – como na escola de Stanislavski; ou de acordo com as linhas do teatro físico em que as formas corporais precipitam a conduta cênica.     

ESPELHOS, com Ney Piacentini - repercussão
Classificada como “Ótimo” pela crítica Mariana Delfini da Folha de São Paulo, até o fim de 2018, a peça terá feito sete temporadas na capital paulista. Contemplado pelo Prêmio José Renato de Teatro, ESPELHOS estreou em 20/10/2016 na Oficina Cultural Oswald de Andrade na cidade de São Paulo, com ótima repercussão de público e crítica, obtendo a indicação ao Prêmio de Melhor Ator de 2016 – Ney Piacentini – pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte). Entre 2107 e 2108 peça se apresentou nas Companhias do Feijão e do Latão e, selecionado pelo Edital de Incentivo à Leitura em Biblioteca do Proac-SEC/SP, abriu o Projeto Teatro na Biblioteca Mário de Mário de Andrade, tendo sido nos Sescs de Ribeirão Preto, de Florianópolis, de São Carlos e Piracicaba.  Esteve no VI Escena Independiente – Encuentro Iberoamericano de Teatro Cooperativo, assim como participará da Mostra Só em Cena em Maringá e do Projeto Convite ao Teatro no Paraná. Entre janeiro e fevereiro de 2019 estará em temporada no Teatro Poeira (Sala Poeirinha), no Rio de Janeiro.
“O solo se alimenta dos textos e dos contextos históricos e literários originais e os ultrapassa, ao lançar mão de procedimentos que projetam novos sentidos. Sem pirotecnia: o ordinário de tais recursos é a chave para a surpreendente teatralidade da peça.” Mariana Defini (Folha de São Paulo, cotação: 5 estrelas/Ótimo.)
“Mas é preciso dar nota dez para o novo achado: uma reflexão materialista e outra metafísica sobre a inflação narcisística dos tempos que atravessamos. Como agora estamos diante de um solo - basicamente épico, porque se trata da encenação de duas narrativas -, talvez não seja exagero dizer que nosso Ney virou uma espécie de tradução daquilo que os interessados chamariam de "trabalho do ator sobre si mesmo". Iná Camargo Costa (para o site teatralia.com.br)
“Em trabalho paralelo à Companhia do Latão, o ator Ney Piacentini revela-se um desenvolto contador de histórias, usufruindo da maturidade artística para excitar o imaginário do espectador. O intermitente movimento das sobrancelhas expressa, particularmente, as feições e os humores existenciais das múltiplas vozes moduladas na ficção de Machado de Assis e João Guimarães Rosa. Um encontro talhado pela austeridade na forma e espirituoso na essência reflexiva – ouçam-se as superfícies trincadas da condição humana”. 

Valmir Santos (crítico teatral do teatrojornal.com.br)

"Há também que se comemorar a vitória sobre o desafio de ter conseguido transcrever para a linguagem dos palcos duas obras da mais fina literatura mundial, peças da melhor ourivesaria de prosa curta, econômicas na estrutura e densas nos conteúdos ocultos, no significado das entrelinhas. Por fim, porém não menos relevante, o espetáculo promove uma reflexão sobre dilemas que desde sempre atravessam o País, como a busca por uma identidade nacional, segundo o ponto de vista dos dois mestres, Machado e Guimarães." Alberto Bombig (O Estado de São Paulo)
"Não houve adaptação do texto, é puro Machado de Assis e puro Guimarães Rosa. Aguce os ouvidos. Se você não leu antes os contos, certamente terá vontade de ler depois. E voltar para rever a peça”.

Cynara Menezes (no site socialistamorena.com.br)  

“Um dos mais harmoniosos encontros entre literatura e teatro a que se tem assistido em nossos palcos.” José Cetra Filho (crítico integrante da APCA, no livro Palco paulistano: Do golpe ao golpe - 1954-2017)
“Sem dúvida um espetáculo irrepreensível, de uma delicadeza incomum!”  Maurício Mellone (crítico do blog Favo do Mellone)
“Espelhos é um passeio em uma biblioteca das imperdíveis reflexões guardadas nas estantes do país.” Kyra Piscitelli (crítica do site Aplauso Brasil)

RELEASE
ESPELHOS é encenação dos contos homônimos O espelho de Machado de Assis e de Guimarães Rosa. Em uma ambientação que se transforma ao longo da peça, Ney Piacentini se desdobra em duas figuras para transmitir tanto o ceticismo de Machado de Assis quanto o contraponto esperançoso de Guimarães Rosa.
Conduzido pelo ator Ney Piacentini, este trabalho, dirigido por Vivien Buckup, é uma teatralização que reúne os contos O Espelho de Machado de Assis (integrante de Papéis Avulsos, publicado pela primeira vez em 1882); e o de mesmo nome O Espelho de Guimarães Rosa (publicado em 1962, integrando seu livro Primeiras Estórias). A montagem é o resultado de pesquisas e experimentações cênicas, realizadas ao longo dos anos de 2015 e 2016, e apresenta na íntegra os dois textos, compondo um único trabalho teatral que investiga a formação da identidade do sujeito brasileiro, através da relação entre a literatura e o teatro. 
Na primeira parte, Piacentini investe-se de Jacobina, personagem de Machado de Assis que conta a amigos uma misteriosa passagem de sua juventude na qual enfrentou a solidão. Em seguida, o ator assume a figura criada por Guimarães Rosa que parte em busca de sua essência. A obra propõe uma interface entre a aguda percepção crítica de Machado e a poética que Rosa nos oferece com sua inquieta criatura. 
ESPELHOS propõe uma reflexão sobre as relações entre sociedade, imagem e subjetividade, por meio do pensamento de duas matrizes da arte brasileira. Ney Piacentini afirma que a peça se volta para o Brasil colocando em cena uma literatura de qualidade inquestionável. “Em minhas leituras da obra machadiana encontrei em O Espelho uma escrita com potenciais cênicos. Fui seduzido pela construção do texto, carregado de elementos sobre a constituição da individualidade nacional, muito vulnerável às influências externas. E dos estudos sobre este que é um dos principais contos de Machado, deparamo-nos com o que, para alguns pesquisadores, é uma resposta de Guimarães Rosa ao escritor carioca: um conto de mesmo nome, porém com uma abordagem e estilo absolutamente próprios. Decidimos unir as duas pequenas obras-primas em uma só encenação, uma vez que elas se complementam por oposição.”
Por não se tratarem de textos dramatúrgicos propriamente ditos, o empenho maior da montagem foi sublinhar o caráter narrativo dos contos e permitir que a força literária de cada um encontrasse seu equivalente em teatralidade. A encenação oferece ao espectador a oportunidade de entrar em contato com a lucidez e a sutileza das palavras de dois dos maiores intérpretes da cultura brasileira, tanto do ponto de vista estético quanto histórico. “Da mesma forma com que as palavras de Machado de Assis e Guimarães Rosa nos transformaram ao longo do processo de preparação de ESPELHOS, estamos reparando que também os espectadores estão sendo tocados pela sensibilidade desses dois grandes autores e suas obras singulares”, finaliza Ney Piacentini.

Ney Piacentini – ator, professor e pesquisador teatral, em 2019 completará 40 anos de teatro e atuou em mais de 50 espetáculos.
Em 1997, a convite de Sérgio de Carvalho, ingressa na recém fundada Companhia do Latão, tendo feito todas as peças do grupo, entre as quais se destacam: Ensaio sobre o latão (indicado ao Prêmio Mambembe de 1997 de Melhor Ator Coadjuvante), O nome do sujeito(indicado ao Prêmio Mambembe de 1998 de Melhor Ator), O círculo de giz caucasiano (Prêmio Villanueva de 2007 de Melhor Espetáculo Estrangeiro em Cuba e indicação de Melhor Ator ao Prêmio Qualidade Brasil) e O patrão cordial (Prêmio Questão de Crítica de 2013 de Melhor Dramaturgia e Melhor Elenco). Em 2016,  estreou seu monólogo ESPELHOS, pelo qual foi indicado ao Prêmio de Melhor Ator pela APCA – (Associação Paulista de Críticos de Arte).
Tem mestrado e doutorado em Pedagogia Teatral pela Escola de Comunicação e Artes (ECA/USP), tendo publicado os livros Eugênio Kusnet: do ator ao professor e Stanislavski revivido (Org. com Paulo Fávari). Professor da Pós-Graduação de Teatro da Faculdade Paulista de Artes, é membro do IFTR – International federation of Theatre Research e integrante do CEPECA – Centro de Experimentação e Pesquisa e Experimentação Cênica do Ator (ECA/USP) e do LAPCA – Laboratório de Pesquisas e Criação do Ator (IA/UNESP).
Iniciou sua carreira em 1979 na Universidade Federal de Santa Catarina e em Florianópolis fundou o Grupo A de Teatro, com o qual ganhou o Prêmio Bastidores (de 1982) de Melhor Espetáculo e Melhor Ator Infanto-Juvenil, pela criação coletiva Vira e Mexe, também encenada em São Paulo em 1986. Foi ator e apresentador do Programa Revistinha da TV Cultura (Prêmio APCA de Melhor Programa Infanto-Juvenil de 1989 e 1990); participou de diversos filmes de curta e longa-metragens como Trabalhar cansa, de Marco Dutra e Juliana Rojas e O quanto vale é por quilo de Sérgio Bianchi, mas se estabeleceu no teatro. Em 39 anos de ofício, dos mais de 50 espetáculos em que atuou estão Crepúsculo de uma tarde de outono (1991) de Friedrich Dürrenmattt, O legítimo inspetor perdigueiro (1992) de Tom Stoppard, O catálogo de Jean-Claude Carrière, Budro (1994) de Bosco Brasil e Um céu de estrelas (1996) de Fernando Bonassi.
Ex-presidente do Centro Brasil ITI - Instituto Internacional de Teatro - ligado à Unesco, de 2010 a 2016, foi também presidente da Cooperativa Paulista de Teatro, entre 2005 e 2013, onde idealizou e realizou diversos projetos, entre os quais a Mostra Latino- Americana de Teatro de Grupo. Em 2014, Piacentini ganhou o Prêmio Cooperativa Paulista de Teatro – Categoria Especial – pela sua contribuição ao teatro paulista.

Ficha Técnica:
Autores: Machado de Assis e Guimarães Rosa
Direção: Vivien Buckup
Atuação: Ney Piacentini
Cenografia: Marisa Bentivegna
Figurinos: Fábio Namatame
Trilha sonora: Miguel Caldas
Iluminação: Marisa Bentivegna, Paulo Barcellos e Higor Lemo. Em Campo Mourão: Silvio Vilczak.
Operação de som, programação visual: Paulo Fávari
Fotos: João Caldas e Paulo Fávari e João Maria Silva Júnior
Produção: Cláudio Luís Resende
Apoio técnico: Silvio Vilczak
Realização: Clube da Cultura Campo Mourão

Apoio: Fundacam – Fundação Cultural de Campo Mourão

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